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8 de junho de 2007

DÁLMATA


VISUAL
A importância atribuída à marcação característica da raça é tanta que os criadores empenham-se em garantir a preservação das pintas que ainda hoje distinguem o Dálmata de todos os outros cães. Isso porque eles acham que não basta ter pintas: elas precisam ser perfeitas para destacar a elegância do cão. A preocupação com as pintas chega ao requinte de determinar o tamanho ideal que devem ter, bem como a sua forma, a distribuição e a coloração correta.
O primeiro padrão, escrito em 1886 na Inglaterra, atribuía 40 pontos à marcação do cão, enquanto todos os outros oito aspectos juntos somavam 60. Isso significa que, ao participar de uma exposição de beleza, os cães com pintas bem distribuídas se saem melhor. O padrão atual do American Kennel Club, nos EUA, dá a maior importância à distribuição e ao tamanho das pintas num julgamento. A Federação Cinológica Internacional (FCI) também sempre valorizou a boa marcação. As pintas devem ser o mais redondinhas possíveis, bem definidas, em cor preta ou fígado sobre branco puro, sem mistura de cores e menores nas extremidades (cabeça, patas e cauda). Muitas pintas juntas, formando "cachos de uva", também são indesejáveis. "Elas prejudicam o visual simétrico da marcação das pintas no cão, mas são difíceis de ser totalmente evitadas", esclarece o criador Alberto Salim Saber, do Ebony Spots, em São Paulo, um dos mais antigos do Brasil. Há quatro anos, a FCI passou a descrever a aparência ideal do Dálmata com mais minúcias em um novo padrão, ainda não adotado no Brasil.
Foram introduzidas diversas faltas desqualificantes. Muitas relacionadas a defeitos de marcação. O presidente do Comitê de Padrão da FCI, Juan Morris Pachoud, enfatiza que parte importante das mudanças destinam-se ao melhor controle das famosas pintas. O novo padrão determina, por exemplo, que elas devem ter entre dois e três centímetros e, nas extremidades (cabeça, patas e cauda), devem ser menores. Essa precisão veio substituir a descrição anterior, que dizia que o tamanho das pintas do Dálmata podia variar entre o da moeda de 50 centavos e o da de cinco francos franceses. Grandes manchas, ou patches - sinônimo de mancha, em inglês-, nome que é usado também pelos criadores brasileiros (a França chama de "placas"), agora são motivo de desqualificação. Cães com essa marcação já nascem assim, ao contrário dos pintados, cujas pintas começam a aparecer ao redor dos 15 dias. Alberto explica que as manchas patches podem surgir no dorso, formando uma sela; na cauda, ocupando mais da metade do comprimento, e na orelha, invadindo a cabeça (sem a invasão, não se trata de patch).
Marcação em monóculo (grandes manchas redondas ao redor dos olhos) também conhecida como "marcação pirata" passou a ser considerada uma falta desqualificante. O mesmo vale para um Dálmata que simultaneamente tenha pintas pretas e outras de cor fígado, os tricolores. "Quando isso ocorre, as pintas com a segunda cor sempre aparecem desbotadas, e em regiões específicas como na parte interna dos membros dianteiros, na lateral do focinho, no antepeito e na face interna das orelhas", esclarece Alberto. Também são desqualificados exemplares com pintas amarelas (limão).
O antigo padrão não comentava nada sobre Dálmatas com olhos azuis. Apenas dizia que os olhos deviam ser escuros nos cães pretos, e âmbar nos fígado. Agora eles também fazem parte das faltas desqualificantes. Segundo Pachoud, há evidências de que olhos azuis são indício de um começo de despigmentação. Cães assim tendem a apresentar lábios e nariz rosados e, em alguns casos, até surdez. "Parece haver uma ligação genética entre olhos azuis e surdez", diz Pachoud. "Cerca de 25% dos Dálmatas europeus têm algum tipo de surdez, total ou parcial", estima. Ele explica, ainda, que dificilmente se detecta surdez parcial sem recorrer a exames específicos. Brian Leonard, diretor do The Kennel Club, na Inglaterra, confirma a estatística. O problema é tão sério que no ano passado o clube, em associação com a entidade filantrópica Charitable Trust, investiu boa parte dos US$ 495 mil, destinados a pesquisas genéticas, no estudo das causas de surdez na raça. Sid Rimley, veterinário norte-americano, tem uma estatística mais favorável, mas ainda assim preocupante. Segundo ele, nos EUA, um em cada dez filhotes de Dálmata é surdo.

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Enquanto não amamos um animal,uma parte de nossa almapermanecerá adormecida.(Anatole France)